Homilia 04 de abril de 2022

5ª semana da Quaresma

Primeira Leitura (Dn 13,41c-62)
Responsório (Sl 22)
Evangelho (Jo 8, 12-20)

Depois de aconselhar a mulher a não mais pecar, o Senhor afirma ser a luz do mundo, revelando assim mais uma vez sua natureza divina. Ele não diz “Eu Sou a luz dos anjos ou do céu”, mas “Eu Sou a Luz do mundo”, ou seja, da humanidade que vive na escuridão.

Os adversários tinham se oposto ao fato de que Ele fosse o maior dos profetas. O Senhor quer mostrar que não é um dos profetas, mas o Senhor de toda a terra, não apenas da Galileia ou da Palestina ou da Judéia, mas a luz de todo o mundo. Jesus não pretende ser o sol, porque o sol foi feito por ele.

Ele veio para nossa salvação aqui na terra e sob o sol para ser a luz. A Palavra de Deus se encarnou para que pudéssemos ver a luz de Deus sem sermos deslumbrados por ela. Jesus é a luz que não declina, a luz da Sabedoria Divina que diz aos homens “eu sou” a luz do mundo.

Consideremos que Ele não diz que em mim está a luz do mundo, mas que aquele que parece ser homem é ao mesmo tempo Filho de Deus e luz do mundo. O Senhor, portanto, nos convida a vê-lo não com os olhos da carne, mas com os olhos do coração, por isso acrescenta que quem o segue não andará na escuridão, mas terá a luz da vida.

Ele não diz apenas que terá luz, mas que terá a luz da vida. Aqui retomamos o Salmo 35 “em vós está a fonte da vida, e é vossa luz que vemos a luz”.

Com Deus, luz e fonte são a mesma coisa. A riqueza da vida é vivida na fé hoje e na esperança para sempre, pois em Deus há sempre a plenitude do ser e Ele não se afastará de nós se não nos afastarmos dele.

O Senhor vence a escuridão dos olhos e da mente, a escuridão profunda dos olhos, não aquela que não distingue o branco do preto, mas aquela que não distingue a verdade do errado, o mal da santidade. Aquele que caminha com o Senhor não caminha nas trevas espirituais do erro, e aquele que caminha e persevera nas trevas é incapaz de ir até a luz.

O Senhor o afirma, mas os profetas já o haviam afirmado e testemunhado anteriormente, e os fariseus e escribas não puderam aceitar esta revelação, como infelizmente acontece hoje quando nos afastamos do Senhor.

Deus abençoe,

Giambattista Diquattro – Núncio Apostólico