Homilia 19 de março de 2024 – Solenidade de São José

Na celebração de hoje, desejamos saudar ao Monsenhor Joseph, pelo dia do seu onomástico, expressar nossos agradecimentos ao Padre Arnaldo, à Irmã Soraya e à Senhora Elba por sua preciosa e dedicada cooperação ao longo destes anos, e também dar as boas-vindas à Irmã Barbara, agradecendo pela sua disponibilidade. Enfim, vocês manifestaram o desejo de que fosse também um momento de oração por mim e pelo meu ministério, e, portanto, é também um momento de oração pelo Papa Francisco.

Hoje, graças à solicitude das Irmãs Salesianas da Nunciatura, é o dia da distribuição dos ovos de Páscoa, para nos preparar com alegria para a festa da próxima semana. O texto do Evangelho é muito delicado. O Evangelho nos conta como José entra na história de Jesus. Esse texto nos fala como entramos em contato com Deus, como nos abrimos para Deus.

Deus já se entregou: José não criou Jesus. Nós não precisamos criar Deus. Deus já se faz presente, o Dom foi realizado em Maria. Devemos simplesmente, como José, acolhê-lo. Jesus, nós o recebemos sempre com Maria, porque Maria é a imagem da Igreja.

Como podemos ter uma atitude correta para estar em contato com Deus? Cristo já está em seu corpo dado por Maria. Cristo em seu corpo, continua no corpo dos irmãos, na Igreja. Se não aceitarmos os irmãos, não aceitaremos a Deus.

Maria, por sua vez, foi a primeira a receber Jesus como um Dom.Portanto, Maria é a imagem da fé da Igreja. E São José poderá fazer o mesmo por meio de Maria: ter fé é aceitar o Dom, aquele Dom, porém, que é sempre mediado a nós pela mãe, pela carne de Jesus que foi dada por Maria, foi dada pela Igreja, pelo amor de Deus.

Foi dito como Jesus veio ao mundo. Como ele foi gerado? Nem por José, por si mesmo, nem por Maria. Ele foi gerado por obra do Espírito Santo. Maria descobriu-se grávida, o que foi uma surpresa para ela mesma, não uma pretenção. Não foi uma ação dela ter gerado o Filho de Deus. Ela foi a primeira a escolher levar o Dom de Deus, que é Jesus, e tendo-o recebido por primeiro, ela o transmitiu a José e àqueles que, como ela, estão dispostos a recebê-lo.

Portanto, Maria é o protótipo da fé totalmente aberta a Deus, que dá carne ao Verbo de Deus. E o Dom estava presente, mesmo antes de Josérecebê-la como esposa. Ele poderia não aceitá-la dizendo: o Dom não é para mim! Da mesma forma, também nós podemos não acolher o Domque é Jesus Cristo, mesmo que ele já tenha sido dado. Podemos dizer: não é para mim, será para outros.

Eu não desejo receber a esposa Maria. Eu desejo receber diretamente a Jesus! Nós não recebemos Jesus diretamente. Sempre entramos na mediação de quem já o concebeu antes de nós, que o apresenta, de modo que não precisamos inventá-lo.

O nascimento de Jesus é um fato único, realizado de uma vez por todas. E nós entramos em comunhão aceitando isso, aceitando Maria.  Maria mesmo foi quem por primeiro teve a surpresa de acolher o Verbo de Deus, mas não por sua própria iniciativa, e sim por obra do Espírito Santo, ou seja, por iniciativa de Deus. É o amor absoluto de Deus que vem ao encontro do homem. E Maria foi aquela que por primeiro acolheu o Dom absoluto de Deus. Maria não fez Jesus, Maria esperou Jesus, Maria foidisponível.

Devemos aceitar Jesus como ele veio, na mediação da carne, da carne de Maria, da carne da Igreja. Fora da mediação, não é Dom de Deus, não é obra do Espírito Santo. São José, sendo justo, disse: isso não me pertence. Eu não realizeinada disso. É muito grande, não é meu. O Dom que Deus nos dá é superior  à nossa justiça: é puro Dom. E aqui estão as duas palavras seguintes: não temas, mas receba. Deus deseja se doar: não tenhas medo de recebê-lo, ele deseja estar contigo.tem menu de contexto

Dom Giambattista Diquatro – Núncio Apostólico