Homilia do Núncio Apostólico – 06 de fevereiro de 2022

Capela da Nunciatura Apostólica

Primeira Leitura (Is 6,1-2a.3-8)
Responsório (Sl 137)
Segunda Leitura(1Cor 15,3-8.11)
 Evangelho (Lc 5, 1-11)

O Senhor Jesus Cristo cuidou de muitas pessoas, e elas permanecem com Ele, com amor e admiração. A multidão quer que Jesus fique, porque milagres transmitem Graça, e ela o ouvem em silêncio. Jesus está perto do lago de Genesaré, também chamado de lago de Tibéria, porque é perto da cidade de Tiberíades e lago da Galileia por ser próximo à região da Galiléia. A palavra Gennesaret vem do grego, e refere-se à brisa dessas águas.

  O Senhor não deseja glória, Ele quer se afastar das pessoas que o promovem, pois na verdade o que Ele quer é ensinar essas pessoas.

Jesus, quando termina de ensinar, pede a Simão Pedro para jogar as redes novamente, e ele o faz em obediência à sua Palavra, mesmo sem nenhum sucesso a noite toda. E foi extraordinária a pesca, pois antes da Palavra do Mestre o barco estava vazio, mas depois que Jesus ordenou que lançasse as redes novamente o barco transbordou. Pedro então ficou sem palavras e só acenava para seus companheiros pedindo ajuda. A Igreja que obedece ao comando do Senhor Jesus Cristo é como o barco de Simão, o ministério humano recebe o dom da graça divina.

O Evangelho apresenta a figura da Igreja no futuro: aquele que vive a obediência da doutrina do Evangelho não trabalha em vão.

Simão Pedro pede ajuda e isso significa que o trabalho apostólico é realizado com a ajuda daqueles que ajudam os apóstolos na evangelização e a pesca continua em todo o mundo. 

Pedro se surpreende com o dom divino, porque o comando do Senhor é o do Criador que fez o céu e a terra, e a graça guia a consciência e a consciência inspira o temor sagrado de Deus. O Evangelho não menciona André que também estava no barco, mas no coração de Pedro está também o coração de todos os apóstolos, que revela o coração da Igreja peregrina nesta terra.

O Senhor não se distancia, e deseja que o sagrado temor que vem da consciência não se torne medo e por isso Jesus acrescenta: “não tenha medo”.

Meditamos sobre a bondade de Jesus, o Salvador: o Senhor dá em abundância àqueles que confessam sua incapacidade e se humilham, o Senhor dá vida em abundância àquele que confessa seu pecado.

Jesus explica a Simão e aos Apóstolos o significado do milagre e da missão e assim os apóstolos deixam tudo e seguem a Jesus: esta é a obediência da vida.

Eis a essência do cristianismo: propagar o amor regenerante e gratuito de Deus, com atitude de acolhimento e de misericórdia para com todos, a fim de que cada um possa encontrar a ternura de Deus e receber a plenitude de vida. O Evangelho de hoje interpela-nos: nós sabemos confiar verdadeiramente na palavra do Senhor?

Santo Agostino escreve concluindo o comentário sobre esta passagem em que os apóstolos deixam os barcos para seguir o Senhor, prefigurando o fim do tempo, quando aqueles que estiveram com Cristo deixarão os eventos atormentados deste mundo para estar sempre com o Senhor Jesus.

Deus abençoe,

Giambattista Diquattro